24 de junho de 2010

Clichê de Julieta

Hoje assisti à um filme de Titulo "Cartas para Julieta". Um romance épico que retorna ao famoso conto Shakesperiano retratado em uma história nos tempos atuais. Para quem gosta e ainda se encanta com histórias de amor é uma boa pedida.
Ao terminar de assistir o filme pensei: "Onde estão os Romeus e Julietas do nosso mundo?"

Muitas pessoas hoje em dia, pra não dizer a maioria, encaram o romance como um clichê que só existe em contos de fadas. Depois de um tempo, quando o período inicial da paixão passa, a rotina se torna um trator que atropela o amor criativo e romântico da vida dos casais. A banalização do sexo só vem contribuir pra isso. Uma noite romântica, com quem gostamos, não necessariamente traz o sexo como "Grand Finale". Sexo não deveria ser uma obrigação e sim uma consequência.

Não obstante a isso, a facilidade de beijar alguém nas baladas da vida ou até mesmo a liberdade de hoje torna ainda mais complicada a vida para o amor considerado antigo. Pra que perder tempo só com uma pessoa se é possível ter várias em uma só noite?

Mas, chega uma hora, em que toda essa facilidade não preenche a necessidade que temos de ter um Romeu ou uma Julieta. Alguém pra quem podemos ligar no fim da noite, alguém que dá sentido para todos os filmes melosos que assistimos, alguém que ocupa nosso pensamento e que nos faz sentir bem sempre que está por perto. Pena deixarmos diversas vezes o amor escapar por entre nossos dedos feito areia...

Quantas vezes deixamos de viver um grande amor por medo? Quantas vezes criamos imposições que só existem em nossa cabeça pra não admitir pra nós mesmos o medo de sofrer? Mas não é isso o amor: intensidade? Amar não é viver intensamente cada momento e recriar formas de felicidade? O amor não basta por si só?
Não entendo todo esse medo do sofrimento. Afinal não é possível que toda história de amor termine em guerra. Não há nada de errado com o amor e sim com quem ama. Quando amamos alguém tomamos a posse de seus pensamentos e atos e acabamos sufocando, ou simplismente achamos que dizer 'eu te amo' cobre todos os problemas... O romantismo morre, a criatividade o acompanha, a fidelidade entra no mesmo barco e com isso não há sentimento que sobreviva.

Não quero dizer aqui que devemos construir sacadas em nossas casas e ficar embaixo dela recitando versos ao ser amado como fez Romeu. Mas porque deixar que o amor que se doa, que se entrega e que se preocupa em fazer o ser amado feliz morrer? O egoísmo só é bom quando não perdemos tempo e felicidade por causa dele.

E quem sabe nem precisamos ir muito longe... E quando encontramos alguém que nos trate como merecemos porque não se atirar da sacada? Nem sempre um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Não creio assim, que seja uma boa idéia arriscar perder algo bom quando encontramos. No final a vida é baseada em amor.

Quando amarmos mais, mais do que a rotina, mais do que ao orgulho e mais do que ao medo, talvez percebamos que Shakespeare não era nenhum louco. Na verdade ele é muito mais lúcido que muitos de nós...

21 de junho de 2010



Quantas coisas na vida acontecem na hora que queremos? Quantos pensamentos que se repetem em nossa cabeça se concretizam?
Um jogo perfeito de loteria acontece por um pensamento perfeito? Ou é simplismente pura sorte?
Afinal o que é nosso destino e o que não é? O quanto realmente controlamos nossa vida e a forma como ela se desenrola?

Assim como eu, muitas pessoas um dia se perguntaram alguma coisa semelhante. Quase que em um movimento universal, ciência, tecnologia e religião tentam explicar a vida. Teorias diferentes para todos os gostos.
Mas no que realmente acreditamos?

Se houver um pouco de crítica em nossa concepção perceberemos que seguimos a teoria que mais nos é confortável, porque muitas vezes pensar dá muito trabalho. Por isso, diversas vezes concordamos com muitas coisas que no fundo não fazem sentido algum para nós.

Mas esse é o barato da liberdade de expressão. Não é preciso uma lógica nem um modelo. Algumas pessoas tem mania de querer que o outro pense com sua cabeça, geralmente estes não aceitam críticas e adoram debates, desde que no final concordem com aquilo que ele defende. Os chamados "cabeças-duras". Isso não é liberdade de expressão e sim tirania de expressão. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém, mas todos deveriam ser ouvidos.

Liberdade é quando em toda forma de pensamento se respeitar a individualidade.
Se não for assim nada em sua vida vai dar muito certo... Afinal quem aguenta conviver com alguém que nunca se molda à outras idéias, que não respeita e principalmente que não ouve?
Fórmula mágica: Em toda forma de relacionamento o diálogo é fundamental.

Algo que sempre ouvi é que o mundo é dos ouvintes.E aqueles que ouvem aprendem muito mais rápido na vida. Hoje vejo que essa é uma boa maneira de pensar. Aquele que ouve compartilha, aprende e conhece. E, quase sempre, cresce.

Este primeiro texto é mais uma recepção. Criei este blog por que me expressar em pedaços de papel estava me causando insatisfação. Não pelos olofones - até porque não acredito receber nenhum - muito menos pelos cliques porque talvez ninguém me visite. A razão é: escrevo logo penso. E se penso compartilho.

Nos meus vinte e dois anos, aprendi que o confortável nem sempre é o ideal. Mas crescer sempre é necessário!
E sauber ouvir assim como saber esperar são duas virtudes da vida...