19 de janeiro de 2013

Looking at the stars...


Eu me lembro de ficar sentada no quintal da minha casa olhando as estrelas, contado-as mesmo morrendo de medo de amanhecer com uma verruga... O que me fascinava era aquela sensação de infinito, de mágica que só as estrelas têm... Há milhares de quilômetros de distância, elas são hipnotizantes aos nossos olhos, e não nos importa que de perto não fossem tão belas assim.

Sentia-me um pouco parecida com aquela constelação, porém eu era uma estrela ao avesso. De perto não tão bela, por dentro uma alma boa que fazia muitas pessoas sentirem-se bem. Nunca tive milhares de amigos, mas sempre tive os verdadeiros, aqueles com quem eu podia contar, que eram estrelas, não cometas, e assim aos poucos fui formando minha constelação particular.
Embora eu tivesse bons amigos, nenhum deles sabia dizer o que pairava em meu pensamento quando contava as estrelas, nem a razão dos poemas que eu escrevia, nem porque eu sentia que faltava algo em mim, e que seja lá o que fosse impedia minha conexão com o universo, comigo mesma.

Longos anos foram necessários para que as coisas finalmente fizessem sentido, mas fizeram. Uma vez eu ouvi que Deus não faz milagres, o que ele faz é nos dar oportunidades para que possamos decidir tomar uma decisão extraordinária, aquela que vira nossa cabeça pra baixo, nos deixa totalmente perdidos com o mundo em nossas costas, morrendo de medo das conseqüências, mas com mais medo ainda de ser covarde e continuar infeliz, sem sentido algum na vida. É então que dizemos sim as oportunidades da vida e a transformamos como Deus transformou a água em vinho, para nos mostrar que só nós podemos mudar os caminhos, mesmo não sendo fácil fazer isso.

Deus nos provou que a maior das adversidades pode ser superada, afinal quem disser que atravessar o mar a pé, ou dividi-lo ao meio e fácil, só pode estar drogado ou algo do tipo. Nós somos o milagre e Deus a oportunidade. Quando acreditamos no seu plano somos capazes de enxergar os sinais da vida e agarrá-los.

Aquela adolescente que contava as estrelas, hoje é uma mulher que finalmente preencheu um vazio no seu peito, finalmente entendeu o seu lugar no céu. O amor verdadeiro nos transforma e a sinastria da alma nos faz perceber que a nossa alma gêmea é a única capaz de fazer todo sentido... de fazer que o milagre aconteça.

Ninguém jamais vai me virar do avesso, me destruir, me deixar sufocar, tirar meu sono, alegrar minha vida como você faz... Porque existe só uma estrela capaz de unir-se conosco, capaz de nos tornar radiantes, admiráveis a qualquer olhar... Não há nada melhor nesse mundo que olhar o céu e não precisar mais entender aonde é o seu lugar.

O amor nos dá isso: um lar, um sentido, um milagre, uma vida extraordinária...

Bruna Costa