17 de julho de 2010

Deus não tem credencial...

     Com todo respeito que merecem todas as religiões do mundo, a mais pura verdade é que Deus não tem credencial... Se tivesse, deixaria registrado, de alguma forma, o nome da marca verdadeira que deveríamos usar pra evitar a pirataria ou coisa do tipo.
     Sou sempre em prol da liberdade, até porque se tem uma verdade, se chama livre-arbítrio. Este foi o melhor presente que recebemos: a capacidade de escolher nossos caminhos. O único problema é que se esquece, por muitas vezes, da regra básica: Toda causa tem um efeito. Então se você escolhe roubar ou matar o efeito será um e se escolhe ajudar o efeito será outro. E, em ambos os casos a decisão partiu de você.
    Mesmo sabendo disso, de onde sai a mania de dizer em alto e bom tom "Deus não me vê, se visse ele estaria vendo meu sofrimento" ou "Deus, porque me abandonastes?". Ora... quanta hiprocrisia... como se Deus nos obrigasse a tomar um caminho ou outro. Como se propositalmente ele nos empurrasse para um caminho, descalços, pisando em cacos de vidro. Deus não escolhe por nós. E se pensarmos um pouquinho, sem atribuir a ele a máxima culpa de nossas injúrias, veremos que nós mesmos, em decisões erradas ou precipitadas, que escolhemos o abismo ao invés do chão firme.
    Acho difícil existir, dentre aqueles que tem fé, alguém que discorde da infinita bondade e justiça do Criador. Mas se há concordância da sua justiça e sua bondade, algumas coisas ficam um pouco incompreensíveis entre nós, homens. Por exemplo: Sempre ouço, em lugares distintos, que Deus é justo e bondoso e por isso que ele nos deu a chance de nos redimirmos e seguirmos em busca da vida eterna. Devemos fazer isso em uma única chance, ou só nos sobra a chama eterna do fogo do inferno... Bom, mas se Deus é justo e bom, e quer que alcançemos a vida eterna em seu reino, certamente ele sabe, em sua Oniciência, que não podemos fazer isso em uma só vida.
     Podemos sim evoluir, se assim quisermos, mas daí para ser digno de estar perto de Deus em sua soberania, precisaremos de muito mais provas que estes anos de vida na terra nos dão. Se não fosse assim, se não tivessemos outras chances até alcançar a perfeição, qual seria a lógica dos bebês que morrem antes mesmo de decidir entre o bem e o mal? E as crianças? Será que o Senhor em sua justiça, daria a eles a convivência eterna, sem que precisassem passar por nenhuma provação? Seria justiça conosco? Se pensarmos que a missão da criança é ser uma expiação para os pais e fonte de seu crescimento, então não há injustiça. E quanto as desigualdades? É justo que um tenham abundância e outros miséria? Ou será que na verdade, existem coisas que devemos aprender em uma causa e outra? Sendo assim, um dia todos passaremos por isso. Se não agora, em outra oportunidade.
      Até que ponto verdadeiramente entendemos a fé que professamos? 
      Eu vejo minha vida, como apenas mais uma, no longo caminho que ainda tenho que percorrer para chegar a Deus. E sendo sua criação, fui feita humilde e ignorante. Mas conforme eu entendo que estou aqui para evoluir e aprender nesta escola, percebo que quando voltar ainda devo ser humilde e não mais ignorante, pois terei ao longo da jornada, aprendido a ser um espírito puro, como são os anjos aos quais rezamos toda noite.
     Quero evoluir e alcançar a perfeição, mas já perdi, há muito, a pretensão de fazê-lo em uma única chance.
     Todavia, como posicionado no início, sou a favor da liberdade, o que significa que há virtude em todos que não partilham da minha crença...

14 de julho de 2010

Sobre o mar...

      Eu posso ter o maior dos problemas que uma tarde no mar renova as minhas forças. Parece que meu espírito em meio ao seu canto, encontra a paz que em algum momento perdeu. Não sei se pelo efeito divino que sinto ao tocar meus pés na areia fria vespertina. Não sei se pela melodia que inunda meus ouvidos no quebrar das ondas... Sentada ali, contemplando-o, meu espírito encontra a si mesmo e conecta-se cm o universo. Tenho paz...
      O mar guarda em si tesouros incontáveis. Foi por ele que os colonos avistaram esta terra e tantas outras. Viu navegar, em navios, sonhos de uma nova vida e o ínicio de uma vida escrava. Guerras de civilizações, de piratas... E aqueles que partiram e jamais voltaram para casa. Mundos reais e imaginários, sereis, cavalos mágicos, moluscos gigantes, dinossauros, povos que sob a ira de Poseidon se prostavam.
       Este mar que muitos sonhos em forma de desejo se depositaram, separa cidades, guarda segredos, é infinito, ilimitado...
       Mas, para mim, o mar é antes de tudo um refúgio. Me devolve a alegria pela vida, recorda que sou um com o universo. Basta sentar em suas areias e ouvir seu canto. Não há mais tristeza, nem prantos. Só me resta o reecontro com a vida, comigo mesma, com meus sonhos.
       Enquanto meus olhos assistem o crepúsculo, meu espírito se perde nas ondas... Lembro que a vida assim como elas, as vezes é forte, as vezes está branda. A vida é uma onda...
       Quando dou por mim a lua já está a me olhar. E o mar, sem pressa, parece não querer me lembrar que já é tarde e preciso voltar...

3 de julho de 2010

Quando

Quando eu acordo de manhã eu tenho um novo dia.
Quando eu me deito eu espero que amanheça.
Quando eu reconheço meus erros sou humilde e quando não os reconheço não aprendo.
Quando apóio meus amigos sou refúgio e quando peço apoio estou perdida.
Quando consigo ser forte sou otimista e quando fraquejo busco forças.
Quando não sei o caminho me informo e quando sei não sinto medo, nem receio, confio em minha capacidade.
Mas quando eu sou fraca é que preciso ser forte
E quando durmo quero acordar
Quando ajudo é porque me importo e quando peço é porque confio
Quando digo 'perdão' eu cresço e quando aceito reconheço que todos erram.
Eu sou as minhas emoções e a forma como as conduzo. Sou o resultado de sua soma e de sua ausência.

Mas sou sempre eu... Em construção

Autoria: Bruna Costa